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SABORES DA COREIA DO SUL SEDUZEM PALADARES BAIANOS

  • tiagoqs2
  • 23 de fev. de 2024
  • 4 min de leitura

Chef sul-coreano Kion Gwiwon Seo - Foto: Raphael Muller / Ag. A TARDE


Multidão de baianos e turistas não projetava a iminente aproximação entre as culturas da Bahia e da Coreia


Há 11 anos, o cantor sul-coreano Psy desembarcou na Bahia no mês de fevereiro para participar do Carnaval. Ao ouvir um dos maiores hits do mundo, Gangnam Style, a multidão de baianos e turistas não projetava a iminente aproximação entre as culturas da Bahia e da Coreia do Sul.


Das séries coreanas, os “doramas”, à música pop do país, conhecida como K-pop, as produções do local ganharam público cativo em terras baianas.

Em Salvador, no bairro da Pituba, o chef sul-coreano Kion Gwiwon Seo criou um reduto da cultura do país asiático na capital baiana. Lá, fãs das produções, os “dorameiros” ou “K-pop stans”, se encontram para provar a culinária coreana e também para cantar a plenos pulmões num karaokê que funciona da manhã até a noite nas segundas e terças-feiras.


Para os que não conhecem o local, o Kion Korean Cuisine pode passar batido. Numa rua comercial, cercado de hotel, lotérica, antiquário e petshop, o restaurante é discreto, com janelas escuras e sem letreiro.


Com apenas 12 mesas, o salão é tomado por pessoas com mais de 35 anos.

É o que conta o chef Kion, com tradução do sócio.


“Nossa média de preço é de R$ 100 a R$ 150. Quem é mais jovem vem acompanhado”, afirma o chef.

Ainda de acordo com o coreano, 95% da clientela são mulheres. O restante é de homens que são levados pelas clientes assíduas.


“Nosso público ama doramas, músicas coreanas, é gente que gosta da comida da Coreia”.


70 vezes


Frequentadora do restaurante, a advogada baiana Bianca França, 41 anos, conta que é fã de séries do país.


“Tem algumas que já assisti pelo menos 70 vezes. Sem brincadeira nenhuma. E tenho os meus atores e atrizes preferidos, como toda dorameira”, diz Bianca, que já planeja uma viagem para a Coreia do Sul no próximo ano.

Do Kion Korean Cuisine, ela indica pratos como Bibimbap e Kimbap. O primeiro é feito com legumes, ovo e carne. E o segundo é um sushi coreano.


“Mas amo todos os pratos”, afirma a dorameira.

“Eu amo o ambiente maravilhoso, o atendimento perfeito e é claro, ser bem recebida por Kion todas as vezes que vou lá ou que indico a alguém”.

Bianca conheçou Kion quando ele era professor de coreano. Nas aulas, ela e as colegas pediam para o chef fazer os pratos que viam nos doramas.


Kion afirma que a comida servida no restaurante é 100% coreana. A única adaptação foi no nível de pimenta.


“Na Coreia é muito mais apimentado. Não chega nem perto da pimenta da comida baiana”, diz ele. O restaurante é um sonho do chef desde 2019, quando alugou um espaço para a loja. Com a pandemia, só montou de fato o restaurante em 2021.

No ano passado, o estabelecimento mudou de endereço para ampliar o negócio. Kion está no Brasil desde 2007. Foi para São Paulo trabalhar como executivo numa multinacional. Seis anos depois, veio para Salvador, onde deu aulas de coreano e inglês antes de se tornar chef, com a base de um curso de culinária asiática que havia feito em Nova York e o incentivo das alunas.



Ascenção



Na capital baiana, Kion lidera a única cozinha de restaurante exclusivamente de comida coreana. O negócio tem crescido com o sucesso da exportação da cultura do país asiático para todo mundo. Esse processo de promoção cultural da Coreia do Sul é chamado de Hallyu e começou na década de 1990. Desde 2020, o processo tem sido ainda mais bem sucedido.


Alguns exemplos são a banda BTS, a mais tocada no streaming de música Spotify em 2023, o filme Parasita, vencedor do Oscar de melhor filme em 2020, e a série Round 6, a mais assistida da Netflix.


Para Bianca, as produções coreanas funcionam como uma “terapia”:


“Minha neurologista disse que eu precisava desacelerar, comecei a assistir aos doramas e me apaixonei”.

A fotógrafa baiana Michelle Silva, 38 anos, também é dorameira, mas, diferente de Bianca, o interesse pela Coreia do Sul e outros países asiáticos vem da infância:


Meus pais sempre me ensinaram a ser curiosa sobre essa cultura”.


“Nestas buscas, eu me deparei com o K-pop e me apaixonei pelo som e o visual. Quem me apresentou aos doramas foi minha irmã caçula, em 2014”, conta a fotógrafa, que se define como uma “army”, fã de BTS.

Ela também admira a pintura tradicional do país, o Minhwa, e assiste às novelas coreanas, conhecidas como K-dramas.


“Minha relação com a culinária coreana veio a partir do momento em que eu via os coreanos comendo com muito gosto nos K-dramas”, diz Michelle.

Foi assim que a fotógrafa encontrou o restaurante Kion e o chef de mesmo nome.


“Virei cliente e fã, criamos uma amizade e Kion se tornou um verdadeiro professor, me passou muito conhecimento”.

De churrasco coreano ao macarrão de batata doce, Michelle afirma que já experimentou quase todo o cardápio e garante:


“Tudo muito gostoso”.

Sobre o apimentado mais forte que a comida baiana, ela diz que já se acostumou.



Para Bianca e Michelle, o restaurante representa o acolhimento de Kion e também a conexão entre a Bahia e a Coreia do Sul. Essa ponte, que teve um grande momento há 11 anos, com a vinda de Psy, recentemente teve mais um ápice: a participação do dançarino coreano Kwon Min-sung, o DropmeOff, num show do cantor baiano Oh Polêmico.


Famoso por dançar pagode, DropmeOff levou o artista para provar a comida do país de origem no restaurante do chef Kion.


“Único restaurante coreano de Salvador, certifique-se de vir aqui, é realmente delicioso”, afirmou o dançarino em postagem nas redes sociais.

Produções com destaque


Parasita – Filme vencedor do Oscar de 2020
Round 6 – Série mais vista na Netflix no mundo  
BTS – Banda mais ouvida no Spotify em 2023
Gangnam Style – Primeiro vídeo a alcançar um bilhão de visualizações no YouTube
O Rei de Porcelana – Novela vencedora do Emmy Internacional de 2022

SERVIÇO:


Kion Korean Cuisine

Endereço: Rua Minas Gerais, 508 A, Pituba, Salvador

Horário: das 11h30 às 22h, todos os dias



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