Entrevista com Marcel Damasceno: Capturando a Essência, a arte de fotografar!
Nesta entrevista exclusiva, Marcel Damasceno, exploramos a jornada de um apaixonado fotógrafo, mergulhando em suas experiências desde a infância até o momento atual. Descobrimos como ele encontrou sua verdadeira paixão por trás das lentes e como suas imagens refletem sua perspectiva única. Além disso, abordamos a importância da arte e da fotografia em comunidades periféricas, onde o apoio mútuo é fundamental para superar as desigualdades.
Confira a seguir:
Quem é Marcel Damasceno?
Um jovem negro buscando seu espaço, tornar utopia palpável.
Como tudo começou?
Sempre fui envolvido com arte e com fotografia, em minha infância ganhei uma Kodak Fun Save. Esses registros eram feitos apenas em família, no ano de 2014 em um projeto “ Tv Pelourinho “ matriculado em um curso de edição de vídeo, mas me encontrei de verdade atrás das lentes, criando, e expondo meus pensamentos em imagens
Quais histórias ou narrativas sua arte busca retratar?
Busco sempre trazer um ar de reflexão, sentimento, aí entra a frase “ tornando utopia palpável", harmonia em minhas vivências, meu olhar e o entendimento do que eu acho bom pro mundo.
Quais são os principais desafios enfrentados pelos artistas que vivem e trabalham em áreas periféricas?
Sermos vistos como “profissionais" algumas pessoas e empresas por ver que somos de uma região conturbada e periférica menosprezam o nosso trabalho como profissionais, buscam nossa arte mas não dão valor a nossa arte. Existem várias vertentes relacionada a isso.
Existem recursos ou programas específicos que você acredita que poderiam ajudar a promover e valorizar os talentos de Pernambués?
Sim, mais cursos de capacitação e desenvolvimento dos jovens. Hoje vejo alguns jovens crescerem sem perspectiva, sem desenvolver seus talentos por conta de oportunidade.
O único apoio que temos é “nós mesmos"
Como Pernambués influenciou/influencia na sua arte?
Literalmente em tudo, na comunidade, minhas vivências, as histórias, na ancestralidade que o bairro carrega. Meus retratos carregam de certa forma um pouco do meu bairro. Através das minhas lentes, consigo contar histórias autênticas e revelar a beleza única que permeia o lugar que chamo de lar.
Quais são as diferenças você enxerga entre a arte produzida nas áreas periféricas e a arte produzida nas áreas nobres?
Uma das principais diferenças que observo é a questão da visibilidade. Nas áreas mais privilegiadas, a arte tem mais destaque, enquanto nas periferias somos deixados à margem, contando apenas com o apoio mútuo entre nós. É nesse contexto que nos fortalecemos, nos apoiando uns aos outros e trabalhando juntos para fazer as coisas acontecerem. Apesar dos obstáculos, encontro motivação na luta por uma maior representatividade e na oportunidade de mostrar a beleza e a riqueza cultural das comunidades periféricas através das minhas fotografias.
Como a falta de recursos e infraestrutura nas áreas periféricas impacta a produção e a difusão da arte?
A falta de infraestrutura afeta em forma material, os materiais são caros e isso de certa forma tem um grande impacto no aprendizado, a prática é algo extremamente importante para o desenvolvimento.
Esse é o quarto episódio da série de entrevistas #PernambuésEmFoco que tem como objetivo destacar a jornada artística de talentos do bairro de Pernambués, e trazer à tona os desafios enfrentados pelos artistas que vivem em áreas periféricas. A entrevista busca promover a valorização dos talentos locais, ressaltando a importância de investimentos, programas e políticas públicas que possam impulsionar o crescimento e reconhecimento dos artistas periféricos.
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