Entrevista com Davi Mali: Explorando Múltiplas Versões da Arte em Pernambués.
Nesta entrevista exclusiva, conversamos com Davi Mali, um artista talentoso que encontrou na arte uma forma de expressão e autodescoberta. Originário de Pernambués, ele compartilha suas experiências, desafios enfrentados e como sua comunidade influencia sua arte de maneiras únicas.
Confira a seguir:
Quem é Davi Mali?
Davi Mali é tudo por que acredita que pode ser tudo.
Como tudo começou?
Davi Mali sente que sua jornada artística começou muito antes do que ele pôde perceber. Aos 16 anos, descobriu a arte e encontrou um novo mundo ao se deparar com as lentes da câmera. Esse encontro transformador abriu caminhos para explorar sua criatividade e expressão artística de maneira profunda.
Quais histórias ou narrativas sua arte busca retratar?
Acho que a principal narrativa que eu imagino que o que eu faço transmita é a real possibilidade de ser muitas versões. E isso pra quem é de onde nós somos é muito fácil, consigo facilmente listar centenas de jovens que como eu podem fazer e ser muitas coisas.
Aqui em Pernambués isso é inerente, todos sabem fazer muito.
Quais são os principais desafios enfrentados pelos artistas que vivem e trabalham em áreas periféricas?
Davi Mali destaca a falta de valorização como um dos principais desafios enfrentados pelos artistas em áreas periféricas.
Com certeza a falta de valorização, seja através da má remuneração ou até mesmo da centralização de poder que faz com que o pouco espaço que existe seja ocupado apenas pelos favoritos. Falta de acesso a políticas públicas de incentivo a arte dentro das favelas. E acho que o principal desafio pra quem é artista e vive aqui é ter constância na arte vivendo um dia pós o outro, escolhendo entre insistir na arte ou fazer o corre de outras maneiras, por que as contas chegam, elas não param de chegar.
Relata Davi.
Existem recursos ou programas específicos que você acredita que poderiam ajudar a promover e valorizar os talentos de Pernambués?
Acredito muito na promoção de editais que fomentem produções artísticas no geral, desde que aja a instrumentalização de como ser contemplado nesses editais.
Descreve Davi.
Davi Mali acredita na importância de investimentos em editais e programas que fomentem produções artísticas em geral. Para que isso ocorra de maneira efetiva, é fundamental fornecer informações e instrumentos que auxiliem os artistas a participarem desses editais e terem suas obras valorizadas.
Como Pernambués influenciou/influencia na sua arte?
Pernambués me influencia todos os dias, consegui crescer com muitas referências a minha volta, é um lugar inundado de referências que sempre dividem o que sabem com você, acho que todo morador de pernambués acaba sendo esse resultado rico do que um passa para o outro.
Quais são as diferenças que você enxerga entre a arte produzida nas áreas periféricas e a arte produzida nas áreas nobres?
Acho que a principal diferença é o alcance, por mais que os trabalhos mais incríveis sejam feitos aqui dentro da favela, quem produz em área nobre tem maiores possibilidades de projetar seus trabalhos e consequentemente serem mais vistos, mais remunerados e essa história a gente já conhece…
E como em qualquer outra área que a gente escolha, arte, educação, saúde qualquer uma delas quem é daqui sempre vai ter que dividir esse foco com mais centenas de outras coisas acontecendo ao mesmo tempo e são variantes que importam muito.
Como a falta de recursos e infraestrutura nas áreas periféricas impacta a produção e a difusão da arte?
Impacta diretamente na estima do artista, essa falta de acesso é exaustiva só nós sabemos.
Enquanto não tiver acesso não vai existir equivalência.
Menos artistas menos arte.
Esse é o primeiro episódio da série de entrevistas #PernambuésEmFoco que tem como objetivo destacar a jornada artística de talentos do bairro de Pernambués, e trazer à tona os desafios enfrentados pelos artistas que vivem em áreas periféricas. A entrevista busca promover a valorização dos talentos locais, ressaltando a importância de investimentos, programas e políticas públicas que possam impulsionar o crescimento e reconhecimento dos artistas periféricos.
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