Sorriso no rosto, água salgada no corpo e um mar de sonhos a concretizar com o surfe.
“Quero entrar na elite mundial. Estou treinando bastante e focada nisso. Também pretendo representar o Brasil nas Olimpíadas, mas o meu foco principal é a elite mundial para conseguir ser a melhor do mundo”, projeta Maria Eduarda César.
Aos 15 anos, a surfista sabe bem o que deseja conquistar e está remando forte para alcançar os objetivos. No último dia 15, ela colocou o nome na galeria de campeãs das categorias de base do esporte nacional ao ficar com o título da categoria sub-16 do Circuito Brasileiro de Surf.
“Trabalhei para esse título desde o começo do ano. Meu verão foi de muito treino e eu estava muito focada. Fiquei muito feliz. Meu trabalho duro valeu a pena”, vibrou a atleta, que exibe a bandeira da Bahia, apesar de não ter as cores azul, vermelha e branca na carteira de identidade.
Maria Eduarda César nasceu em Gramado, no Rio Grande do Sul, mas sente que pertence à Bahia, estado que escolheu representar no esporte.
“Prefiro bem mais o calorzinho da Bahia e com certeza me sinto mais baiana”, disse, sem titubear.
Fruto da união de um carioca com uma soteropolitana, a surfista nasceu no Sul do país por causa de uma oportunidade de trabalho do pai, mas a família se transferiu para Serra Grande, na Bahia, quando ela tinha dois anos de idade e foi lá, com o pé na areia, que cresceu.
Para quem não conhece, o distrito do município de Uruçuca fica localizado no Sul do estado, a 43km de Ilhéus e a 30km de Itacaré.
“Serra Grande é maravilhoso. Um lugar com altas ondas, tranquilo e com muito sol. É um estilo de vida. Você vive real em contato com a natureza, com o mar. Eu acordo e só olho o vento, boto as pranchas no carro e vou para a praia. Eu amo morar em Serra Grande. É um lugar muito abençoado”.
Foi em Serra Grande que o pai, Eduardo César, ensinou o amor pelo surfe.
“Meu pai sempre foi surfista, cresci vendo ele surfar e assistindo a filmes de surfe. Minha infância toda foi brincando de surfar. Eu nem gostava de Barbie. Cresci no meio do esporte e passava o dia inteiro na praia”.
Hoje alpinista industrial, César tinha uma escolinha de surfe na Praia Pé de Serra e viu surgir dentro de casa sua aluna mais dedicada.
“É ele quem me treina, cuida do meu preparo físico, da minha alimentação”, conta Maria Eduarda, que estuda no turno da tarde e treina todos os dias pela manhã, no mar e na academia improvisada dentro de casa.
Ela começou a surfar aos três anos de idade, participou do primeiro campeonato aos nove e promete não descansar até chegar à elite do surfe mundial. Tem todo um caminho a ser traçado até lá e Maria Eduarda já se prepara para o próximo desafio. De 6 a 12 de novembro, ela disputa o Circuito CBSurf Taça Brasil, em Matinhos, no Paraná.
“Esse é um circuito profissional, vou correr com mulheres bem mais velhas, garotas da minha idade e vai ser importante”, vibra Maria Eduarda.
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